Farol. Nunca havia navegado a noite. Confesso, tenho medo do mar, mas ontem impossível foi resistir a profundeza do oceano que se redimensionava sob o meu olhar. Sereno. Leve eram as ondas que se estendiam sobre as águas tão límpidas que as estrelas do mar foram descobertas. Encanto. Medo se fez euforia, como criança que invade as ondas da praia até não alcançar o chão, entrei no mar, pulei as ondas...uma por uma...sob a luz branca incandescente. De qualquer ponto, de qualquer lugar, o Farol alcançava. Prossegui...onda, por onda, conto por conto em uma noite mágica, em um barco de papel.
Re-lendo Lygia Fagundes Telles, sob a Lua de 19.03.11
"-Já é tempo de uvas? - perguntei colhendo um bago. Era enjoativo de tão doce mas se eu rompesse a polpa cerrada e densa sentiria seu gosto verdadeiro. Com a ponta da língua pude sentir a semente apontando sob a polpa. Varei-a. O sumo ácido inundou-me a boca. Cuspi a semente: assim queria escrever, indo ao âmago do âmago até atingir a semente resguardada lá no fundo como um feto. " (Trecho - Verde Lagarto Amarelo, Lygia F.Telles)
Foto da lua, dia 19.03.11 - Cacinho Anima
(da varanda de sua casa)
Como sempre, a sensibilidade a flor da pele....., ô mente inquieta.
ResponderExcluirAlvaro
que bacana ver a nossa arte unida aqui neste blog..
ResponderExcluirbjs