O zipper sorriu ao fechar a mala, e
as lembranças foram trancafiadas com cadeado, mas o peso, esse era suavizado pelas
rodinhas que sustentavam roupas sujas de dias coloridos com cheiro de bebida evaporado
pelo amor dos corpos. Abriu a porta que chorava a tragédia de três dias de amor,
intenso, cúmplice. Saiu. Arrastou a mala para fora, como se arrastasse a si mesmo.
Trancou a porta. Guardou a chave. Caminhou. Voltou o olhar para a porta trancada
a espera de algo que o impedisse de partir. A escolha fora feita. Entrou no
carro, partiu. O coração ficou, mas ele jamais retornaria.
Alice Nascimento